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Informática e Recursos Humanos


 

 

     

Solução: a escolha final compete ao cliente

   
por Marcio Martini

 

     

 

Quando um cliente procura um fornecedor, está a procura de soluções para revolver seus problemas e/ou satisfazer suas necessidades. Tanto isso é verdade que, na área de Levantamento de Necessidades, há um teorema que diz:
Todo problema gera ao menos uma necessidade; a recíproca não é verdadeira.

Assim, quando o cliente conta ao fornecedor seus problemas, facilita a compreensão das suas necessidades. Também há casos em que, dada uma necessidade, não se faz necessária a presença de um problema. São os clássicos desejos do cliente que são pagos por sua própria vontade – não estão sendo solicitados para sanar problemas, apenas são desejados. Nesse cenário temos uma função matemática que do lado cliente tem Necessidades e do lado fornecedor tem Soluções.

Vejamos algumas definições colhidas no Aurélio:
Problema: Questão não resolvida no contexto – âmbito de abrangência, influência
Necessidade: Aquilo de que se carece, que é preciso, que se almeja
Solução: Maneira, meio, forma de resolver um problema

Uma questão, para não estar resolvida no contexto (problema) está acompanhada de fatos que corroboram para que se declare questão problemática. Como fato (fatto, feito, realizado) é algo que pertence ao passado, o problema é a coisa que já está acontecendo há algum tempo.

Assim, problema é do mundo real - existe, é concreto - nem é imaginário nem suposto. Como incomoda, o cliente impõe a ele uma prioridade alta na realização da solução, visto que será esta – a solução – quem trará a resolução da crise.

Quando você está com muita dor de cabeça (problema), você procura um remédio (solução) que cure logo (expectativa).
Baseado nas informações acima, o fornecedor pode propor as seguintes soluções:
A) fazer um exame de vista
B) mudar a iluminação
C) ler apenas livros com letras grandes
D) fazer uma viagem recreativa
E) ir à praia apenas até 10h00
F) usar chapéu
G) mudar a categoria da bebida
H) beber menos
I) tomar um comprimido

É evidente que, quando apresentadas ao cliente, algumas das soluções podem ser por ele descartadas imediatamente.
Tomando como fato que na noite anterior o cliente absorveu um litro de uísque de terceira categoria, de nada adiantará adquirir a solução F) usar chapéu.

Quando o cliente conta ao fornecedor "preciso de um remédio para dor de cabeça porque ontem à noite bebi demais", fica evidente o fato que provocou a dor de cabeça. Assim conhecido, o próprio fornecedor poderá excluir algumas das soluções acima apresentadas.

Porém, há a expectativa curar logo, que exclui as alternativas A até H, restando, no nosso exemplo, a alternativa I) - tomar comprimido, como a solução para logo. Se o comprimido for homeopático, talvez logo demore um pouquinho mais.

Agora cabe ao cliente escolher homeopatia ou alopatia - o cliente decide.
Os dois curam. Um cura mais logo, o outro cura menos logo.
Um estraga menos o organismo, o outro estraga mais.
Um tem mais efeitos colaterais, o outro tem menos etc.

Essas características são apresentadas pelo fornecedor para ajudar o cliente na escolha da alternativa que mais lhe agrade – isso (a escolha) cabe apenas ao cliente.

As coisas mais são as qualidades que se destacam naquela solução. São as coisas que dão vantagens, bônus, ganhos, e um sem número de outros adjetivos qualitativos.
Vale lembrar que alguns desses adjetivos são implícitos e, se não forem destacados pelo fornecedor, podem passar desapercebidos pelo cliente.

Suponha, no exemplo acima, que nosso cliente escolha aspirina, e nosso fornecedor forneça o comprimido junto com um copo d'água. A qualidade de poder tomar já é um diferencial dessa solução e torna-a mais do que se o cliente estivesse frente a uma gôndola de supermercado – lá também se oferece a solução aspirina, porém sem água.

Assim então, há coisas menos numa solução que são restrições, proibições, impedimentos e outros tantos adjetivos restritivos. Observe que as coisas menos numa solução não a desmerecem – a aspirina vendida no supermercado é tão "aspirinante" quanto aquela vendida na farmácia. O cliente deve ser informado dessas coisas menos exatamente para poder avaliar qual das alternativas de solução é, de fato, aquela que mais lhe agrada.

O papel do fornecedor é propor um conjunto de soluções que, baseado nos problemas e necessidades, resolva a crise. Esse conjunto é apresentado ao cliente num momento chamado negociação das alternativas de solução.

Através da exposição das várias alternativas de solução, o fornecedor vai destacando os pontos mais (qualidades) e os pontos menos (restrições) de cada alternativa.

Ao final o cliente pode escolher uma, várias ou mudar umas coisinhas nessa aqui. Este último caso é chamado de solução híbrida pois acolhe tanto os aspectos de solucionar sob a ótica do fornecedor quanto da do cliente.

No nosso exemplo, o cliente poderia ter optado por tomar uma aspirina e um sal de frutas.

Se você já passou por casos similares, sabe bem o bem que faz essa duplinha.