por
Eliana Gavioli |
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Música, sexo, gastronomia, turismo, leitura,
consumismo seriam as respostas mais comuns a esta pergunta, mas com certeza
podemos nos surpreender com a variedade de respostas obtidas. As pessoas
realmente conseguem tirar prazer das mais variadas atividades.
Acontece, que em geral, por mais prazerosas que
sejam estas atividades, implicam em restrições de toda ordem. Umas mais e outras
menos, mas sempre está presente algum fator estraga-prazer, tentando, de alguma
forma, restringir o nosso prazer.
Para algumas, é preciso ter idade para poder
começar. Para outras, depois de uma certa idade já não tem a mesma graça.
Existem aquelas que exigem uma boa saúde, e aquelas que sem companhia, perdem
totalmente o encanto. Atividades existem que são muito dispendiosas e outras que
não se deve realizar em qualquer lugar. E outras ainda são limitadas no tempo de
duração.
Com tantas restrições, parece que a vida vai
ficando muito curta e os momentos de prazer escassos e fugazes. Assim é preciso
descobrir uma maneira inteligente e criativa, para tentar tirar da vida o que
ela tem de melhor.
É extraordinária a experiência de assistir ao
processo de desenvolvimento de uma criança. As tensões do dia se desvanecem,
assim que adentramos em casa, ao contemplar o balbuciar das primeiras palavras
ou assistir ao ensaio dos primeiros passos. É interessante observar que, ninguém
está absolutamente preocupado, com o fato das palavras serem pronunciadas de
forma errada ou que o passo possa terminar em um tropeço, que de imediato é
amparado por mãos amorosas.
O prazer de aprender acontece de uma forma
intensa, completa e inebriante, tanto para a criança, quanto para os pais. Em
nenhum momento, os pais se preocupam com a possibilidade do filho falar errado
pelo resto da vida ou viver aos tropeções.
No entanto, este prazer começa a diminuir
consideravelmente, quando as novas aprendizagens começam a implicar em fatores
determinantes para o futuro sucesso ou fracasso da criança.
É neste ponto que a porca torce o rabo, afinal,
quem é que não quer ver o filho formado, bem empregado e realizado? Assim,
quando a criança, traz pela primeira vez a famigerada lição de casa, o prazer de
aprender começa a ir pro brejo.
Todos nós passamos por isso, e às vezes levamos
toda uma vida para resgatar aquele que pode ser o maior prazer experimentado
pela espécie humana. Sim porque analisado à luz das restrições, aprender é o
campeão disparado, entre todos os outros prazeres.
Desde o primeiro sopro de vida, e mesmo antes
disto, até o último suspiro, podemos aprender. Pessoas aprendem até durante um
estado de coma profunda.Mesmo sem saúde, com a perda da visão, da audição e da
fala, podemos aprender. Aprendemos através da influência de um professor, em
meio a um grupo ou sozinhos, como autodidatas. Aprendemos sem a necessidade de
recursos, pois podemos aprender observando a natureza ou o comportamento das
pessoas. Podemos aprender sempre, desde a hora em que acordamos e até enquanto
dormimos. E aprendemos em qualquer lugar.
O processo de aprendizado, parte de um estado
de ignorância sobre algum assunto, e através do esforço despendido em direção ao
conhecimento, nos dá convicção acerca da nossa própria capacidade, além de
coragem para enfrentar novos desafios. O conhecimento obtido não ocupa espaço,
não exige esforço para ser mantido, nos dá uma maior qualidade de vida e quase
sempre implica em ganhos adicionais que podem ser aplicados em todos os outros
prazeres.
Então, a pergunta que fica é: Como anda a sua
relação com o processo de aprendizado?
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