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Treinamento Executivo

Informática e Recursos Humanos


 

 

     

Sistemas por usuários satisfeitos

   
por Marcio Martini      

 

Há um bordão que diz "usuários sabem mais o que querem que analistas de sistemas". Se, de todo não é verdade, há uma grande porção de acerto quando os usuários podem participar do desenvolvimento de sistemas. Se os usuários ou clientes dos sistemas puderem especificar como serão os resultados, como serão as saidas, os layouts, as telas, o princípio de navegação etc, estarão contribuindo com o que a ISO 9000 chama de especificação do produto final.

Segundo essa Norma Internacional de garantia de qualidade, o papel de especificar a qualidade do produto acabado cabe ao cliente. Muito bem: E o que isso tem a ver com sistemas de informação, computadores, backlog e usuários descontentes?

Se pudermos acrescentar aos conhecimentos dos usuários, alguns princípios sistêmicos e se dermos a eles instrumentação apropriada para participar do desenvolvimento de algumas porções do sistema (ante-projeto, design, prototipação), certamente teremos os ganhos esperados pela ISO 9000.

Quando se fala em fazer sistemas, há uma pressa exacerbada em terminar, acabar, pôr em prática, executar imediatamente isso porque sempre estamos começando a organizar de novo alguma coisa. Essa pressa leva analistas, e por decorrência também clientes, a deixar pra lá algumas partes importantes do mundo dos sistemas: modelos, diagramas, documentação etc.

Sistemas, antes de tudo, são coisas abstratas e, por essa razão, são vistas de várias formas pelos videntes. Se estes videntes não formalizam essa visões, então temos que partir para o mundo dos magos. Como aqui na Terra há poucos magos e, certamente na sua empresa não há nenhum, então temos que formalizar essas visões.

Há uma proposta para resolver todo esse inbroglio que não tem a pretenção de ser panacéica: Uma parte do sistema pode ser realizado por analistas e outra parte por usuários assistidos.

A idéia em seu lado conceitual é muito simples: A parte pesada do sistema é desenvolvida pelos analistas - consolidações, cadastramentos, formação das bases de dados, interligações entre sistemas, modelagem, estruturação, redes, portabilidade, segurança etc. Essa parte pesada por muitos chamada de corporativa é a porção de Qualidade Implícita e que compete ao Depto. de Informática cuidar, manter íntegra, coesa, pronta, disponível e acessável através dos vários meios disponíveis na empresa.

A parte leve (Qualidade Explícita) é aquela que produz as várias saídas, telas, relatórios, donwsizing etc. Através de ferramentas de alta produtividade, linguagens de 4ª geração, geradores de código, suites e outros, os próprios usuários podem escrever pequenas porções sistêmicas para obter esses dados.

No entanto, cabe lembrar que nesse ponto corre-se o perigo de perdermos o acervo sistêmico que é a documentação esse conta a história do sistema. Se os usuários não forem orientados a documentar tudo o que estiverem transformando em saidas do sistema muito em breve a Empresa estará uma verdadeira Babel onde ninguem mais se entende.

Para que isso seja realizado, há um investimento na área de formação e treinamento dos usuários. Deve haver um programa que supra necessidades fundamentais como: Princípios de Organização e Análise de Sistemas, Utilização dos Recursos Computacionais, Linguagens de 4ª Geração e Prototipação.

No âmbito das metodologias de desenvolvimento de sistemas, há o JAD Joint Apllication Design. Através de várias interações pode-se estabelecer um conjunto mínimo de conhecimentos técnicos que devem ser repassados pelos analistas aos usuários. É como aprender a dirigir: primeiro você observa; depois, assistido pelo instrutor, você dirige; finalmente, a seguir, você vai sozinho.

Sintetizando: Os usuários exploram as bases de dados mantidas pelo Depto. de Informática. Através de instrumentos de alta produtividade os usuários obtém os resultados que desejam, com o acabamento que eles próprios especificaram.

E o ambiente? Bem, este pode ser um terminal ligado ao computador, um micro stand-alone, uma rede e até um notebook ligado a um celular acessando a Internet.

A forma é mera decorrência tecnológica a meta é o conteúdo.